Diário de um folião
Veja como o carnaval tem um tanto de magia. Pedro Monteiro, o ator carioca, criou uma fantasia para sair pelos blocos de rua. Era meio homenagem, meio protesto: uma releitura do “Cristo mendigo censurado”, de Joãosinho Trinta pela Beija-Flor, em 1989, mas com crítica a Crivella. Domingo, no Boi Tolo, quando o cortejo cruzava a Av. Presidente Vargas, o ator-folião notou que os carros da Mangueira já estavam na pista. Ele correu para falar com o carnavalesco Leonardo Vieira. É que Pedro ia desfilar pela escola, no carro em homenagem ao carnaval de rua, e quis saber se poderia sair na Verde e Rosa com aquela fantasia. O carnavalesco, ao ver a releitura crítica, disparou:
— Claro. Chega cedo que eu vou te colocar na frente!
E assim foi feito. Da folia das ruas para a Sapucaí, a criatividade inebriante de um folião tirou a irreverência para dançar. E... deu samba.