LULA JÁ TEVE SEU DIA DE MACRI
Veja as voltas que o mundo dá. Enquanto em Davos, Mauricio Macri, o presidente argentino, era a estrela da festa dos ricos, no Brasil, Lula tentava se livrar (e afastar seu partido) da imundície da Lava-Jato.
Mas nem sempre foi assim. Em 2003, Lula, recém-eleito, só faltou ser santificado no Alpes suíços. Ao contar para Horst Köhler, então diretor-gerente do FMI, que sua mãe, dona Lindu, o havia ensinado a conversar olhando nos olhos das pessoas, o alemão derreteu-se e pediu, quase em prantos: “Posso abraçá-lo?”
TIRANDO O CAPUZ
O coleguinha Álvaro Caldas, autor de “Tirando o capuz”, que descreve os horrores da tortura, diz que há no manifesto de advogados contra a Lava-Jato argumentos “que são corretos e respeitáveis”.
Mas discorda dos advogados quanto à comparação da Lava-Jato com a ditadura:
— Ditadura é arbítrio total. Pior do que uma ditadura, só outra, e aqui dou três batidas na mesa. Não se deve banalizar o uso do termo, o que até enfraquece argumentos quanto a procedimentos que ferem direitos e garantias.
NÃO É PARA ME GABAR, NÃO
De um amigo psiquiatra do historiador Daniel Aarão Reis, ao ler a fala de Lula sobre a própria honestidade, recordando Mira Y López diante de semelhantes bravatas:
— Diga-me do que te gabas, e te direi o que te falta.
Mira (1896-1964), nascido em Cuba e falecido em Petrópolis (RJ), foi um famoso sociólogo e professor de Psicologia e de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madrid.
RAPOSA CUIDANDO DO GALINHEIRO
Ironia macabra. Com o valor da Petrobras na Bolsa despencando para US$ 17 bilhões, quem no Brasil, hoje, teria dinheiro para comprar a estatal seriam, em grande parte, as empresas envolvidas na Lava-Jato, acusadas de saquear os cofres da enferma.