Tem gente estranhando o sentido querido que a palavra mulata ganhou neste espaço. Para a coluna, mulata tem menos a ver com a cor da pele e mais com graça, sensualidade, gingado e simpatia. Passo a palavra ao professor Deonísio da Silva, autor do clássico “De onde vêm as palavras”:
— A etimologia da palavra compara à fêmea resultante do cruzamento de jumentas com cavalos ou de éguas com jumentos. Era coisa racista. Hoje, tem significado totalmente diferente.
Para ele, etimologia é isto: mostra o que a palavra designou no berço, esclarecendo as mudanças no correr do tempo.
— Larápio não é mais o nome de juiz. Nas varas de Justiça, as sentenças não são dependuradas em varais. Médico não é mais “médium”, intermediário sacerdotal entre o doente e a deusa da saúde. Histeria não tem mais nada a ver com útero, “histera”, em grego.
Além de tudo, não me leve a mal. Hoje é carnaval.