Zeca reclama da feijoada
Zeca Pagodinho, 57 anos de pouca praia e muita cerveja e feijoada, insurge-se contra mudanças na receita do tradicional prato brasileiro:
— Não se faz mais feijoada como antigamente. Fui comer no Hotel Sheraton e pedi um prato de feijoada. Veio um negócio sem graça. E perguntei onde estava a orelha. Não se coloca mais orelha de porco em feijoada?
Em defesa da orelha...
O grito de Zeca ecoou em Luiza Souza, do Bar da Gema, na Tijuca, uma das melhores feijoadas cariocas — ao lado da Choperia Número 1, da Barra:
— Orelha, pé e rabo de porco são a base da feijoada. Acrescentam sabor. As pessoas dizem que a feijoada fica gordurosa. Mas não fica. É pura cartilagem. Feijoada verdadeira tem que levar esses pedaços.
Só que...
Outro poeta popular, Vinícius de Moraes, em “Feijoada à minha moda”, faz restrições à orelha de... filhotes de porco.
Diz lá: “De carne-seca suculenta/Gordos paios, nédio toucinho/Nunca orelhas de bacorinho/Que a tornam em excesso opulenta!”.