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Orlando Silva, o Frank Sinatra brasileiro, por Tiago Rogero

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Sábado que vem, o cantor Orlando Silva (1915-1978) estaria completando cem anos. Nesse dia, será aberta uma exposição sobre ele no Instituto Cravo Albin. No dia 7, a homenagem será na Academia Brasileira de Letras. E, no dia 10, será a vez de Monarco, Marcos Ribas e Marcos Sacramento prestarem outro tributo a ele, com um show no Imperator, no Méier. Aqui, Jonas Vieira, de 80 anos, autor do “Orlando Silva, 100 anos — o cantor das multidões”, conta para Ana Cláudia Guimarães um pouco sobre este artista que emocionou o Brasil cantando “Sertaneja”, “Aos pés da cruz”, “Rosa”, “Estrela d’alva”, “Súplica”, “Jardineira”, “Nada além” e tantas outras. Por que você compara Frank Sinatra e Orlando Silva? São dois grandes cantores que cresceram na mesma época. O empresário do Frank Sinatra, muito esperto, contratava moças para rasgarem as roupas dele no fim dos shows. Ele cresceu com essa mídia enorme. Depois, casou-se com Ava Gardner, o que rendeu muitas reportagens por causa das brigas entre ambos. Sinatra cantou o foxtrote. Já Orlando Silva não teve essa ajuda. Mesmo assim, ele é maior do que Sinatra. Ele cantou valsa, samba, choro, marchinha, bolero, tango e foxtrote, gênero do próprio Sinatra. Muito pobre, Orlando se apresentava com roupas humildes. Teve um romance com Zezé Fonseca, do elenco da Rádio Nacional. Mas sua grande paixão foi a mulher, Lourdes, com quem viveu até seus últimos dias. Orlando não teve filhos porque era estéril. Por que a voz dele fazia tanto sucesso? Assim como Carmen Miranda moldou o canto feminino aqui, Orlando Silva moldou o masculino. Além disso, o repertório dele era extraordinário. Numa mesma bolacha, por exemplo, havia, de um lado, “Carinhoso” (da qual foi o primeiro intérprete), e, do outro, “Rosa”. Ambas de Pixinguinha. Ele foi viciado em cocaína e álcool até o fim. Quando começou a usar drogas? Antes de aparecer na rádio e se tornar um fenômeno, ainda jovem e desconhecido, ele caiu do bonde, na Central do Brasil. Foi levado para o Hospital Souza Aguiar e teve que amputar dois dedos do pé esquerdo. Ficou dois meses internado. Naquela época, como não havia anestesia, para aguentar a dor, tomou muita morfina. Quando ficou bom e saiu do hospital, estava viciado. Depois, passou a usar cocaína e álcool, o que prejudicou sua voz. Ele estava fazendo palavras cruzadas, outro dos seus vícios, quando teve um AVC e caiu na cama, na casa onde morava com Lourdes, na Ilha do Governador. ‘Nada além...’ “Eu não quero e não peço/ Para o meu coração/Nada além de uma linda ilusão.” ‘Rosa...’ “Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor/ Por Deus esculturada e formada com ardor/ Da alma da mais linda flor de mais ativo olor/ Que na vida é preferida pelo beija-flor.” ábado que vem, o cantor Orlando Silva (1915-1978) estaria completando cem anos. Nesse dia, será aberta uma exposição sobre ele no Instituto Cravo Albin. No dia 7, a homenagem será na Academia Brasileira de Letras. E, no dia 10, será a vez de Monarco, Marcos Ribas e Marcos Sacramento prestarem outro tributo a ele, com um show no Imperator, no Méier. Aqui, Jonas Vieira, de 80 anos, autor do “Orlando Silva, 100 anos — o cantor das multidões”, conta para Ana Cláudia Guimarães um pouco sobre este artista que emocionou o Brasil cantando “Sertaneja”, “Aos pés da cruz”, “Rosa”, “Estrela d’alva”, “Súplica”, “Jardineira”, “Nada além” e tantas outras. Por que você compara Frank Sinatra e Orlando Silva? São dois grandes cantores que cresceram na mesma época. O empresário do Frank Sinatra, muito esperto, contratava moças para rasgarem as roupas dele no fim dos shows. Ele cresceu com essa mídia enorme. Depois, casou-se com Ava Gardner, o que rendeu muitas reportagens por causa das brigas entre ambos. Sinatra cantou o foxtrote. Já Orlando Silva não teve essa ajuda. Mesmo assim, ele é maior do que Sinatra. Ele cantou valsa, samba, choro, marchinha, bolero, tango e foxtrote, gênero do próprio Sinatra. Muito pobre, Orlando se apresentava com roupas humildes. Teve um romance com Zezé Fonseca, do elenco da Rádio Nacional. Mas sua grande paixão foi a mulher, Lourdes, com quem viveu até seus últimos dias. Orlando não teve filhos porque era estéril. Por que a voz dele fazia tanto sucesso? Assim como Carmen Miranda moldou o canto feminino aqui, Orlando Silva moldou o masculino. Além disso, o repertório dele era extraordinário. Numa mesma bolacha, por exemplo, havia, de um lado, “Carinhoso” (da qual foi o primeiro intérprete), e, do outro, “Rosa”. Ambas de Pixinguinha. Ele foi viciado em cocaína e álcool até o fim. Quando começou a usar drogas? Antes de aparecer na rádio e se tornar um fenômeno, ainda jovem e desconhecido, ele caiu do bonde, na Central do Brasil. Foi levado para o Hospital Souza Aguiar e teve que amputar dois dedos do pé esquerdo. Ficou dois meses internado. Naquela época, como não havia anestesia, para aguentar a dor, tomou muita morfina. Quando ficou bom e saiu do hospital, estava viciado. Depois, passou a usar cocaína e álcool, o que prejudicou sua voz. Ele estava fazendo palavras cruzadas, outro dos seus vícios, quando teve um AVC e caiu na cama, na casa onde morava com Lourdes, na Ilha do Governador. ‘Nada além...’ “Eu não quero e não peço/ Para o meu coração/Nada além de uma linda ilusão.” ‘Rosa...’ “Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor/ Por Deus esculturada e formada com ardor/ Da alma da mais linda flor de mais ativo olor/ Que na vida é preferida pelo beija-flor.”

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