O ministro da Defesa e estudioso da História do Brasil, Aldo Rebelo, decidiu reeditar o livro “Santo Antônio de Lisboa Militar no Brasil”, esgotado, de José Carlos de Macedo Soares, editado pela José Olympio em 1942.
Pouca gente sabe, mas o santo casamenteiro, tão querido no Brasil e que viveu em Portugal entre os séculos XII e XIII, foi condecorado sargento-mor e depois tenente-coronel, em ato assinado no Rio pelo príncipe regente D. João após o feliz desembarque no Brasil, em 1808, da Família Real, que fugia das tropas de Napoleão.
A fé dos portugueses atribuía a Santo Antônio muitos dos êxitos das ações militares. D. Pedro II de Portugal (1648-1706) determinou, por exemplo, que, “por tão patriótico serviço”, o santo fosse alistado como soldado raso no II Regimento de Infantaria em Lagos.
Em uma das passagens do livro de Macedo Soares, relativas ao santo no Rio de Janeiro, o historiador e político brasileiro conta que foi atribuída a Santo Antônio, em 1710, a acachapante vitória dos portugueses sobre os franceses que, liderados pelo corsário Duclerc, chegaram ao Rio com a ordem do rei francês Luís XIV de devastar a colônia portuguesa na América.
“No começo do século XX”, lembra Aldo Rebelo, “a onda de positivismo que forjou a República motivou a cassação da patente do Santo”. Para o ministro, é hora de o santo recuperar sua patente.