Por Aydano André Motta
Mágicas da terra carioca: um de seus trechos ancestrais, adormecido por décadas, renasceu como atração novinha em folha — e espetacular. A joia caçula do Rio floresceu nas franjas do Centro, à beira-mar, na vizinhança do Porto rebatizada de Boulevard Olímpico. Já foi, você aí? Então vá, porque a região merece medalha de ouro em beleza. Da Praça Mauá à Praça Quinze, fica lotada de moradores e turistas, com quiosques, estandes de empresas, palcos para shows, músicos de rua, food trucks.
E o mais valioso: um generoso pedaço da História do Rio ressurgiu exuberante. Muito carioca, aliás, descobriu a frente da Candelária (sim, a igreja no meio da Presidente Vargas tem a fachada virada para o mar). Vale a pena observá-la — antes de tirar uma foto com a inovadora pira olímpica (alô, Eduardo Paes: que tal mantê-la ali, como recordação dos Jogos?) e seguir no passeio.
Na direção da Praça Mauá, começa ali a Orla Conde, ponto alto do programa. Uma passarela de madeira oferece ângulos novos da Baía, até avistar o Museu do Amanhã. Logo depois dele, o gramado numa pequenina elevação convida a sentar, para um sorvete ou uma água. Do outro lado da praça estão o tradicional edifício A Noite e o MAR (Museu de Arte do Rio). Da Avenida Rio Branco, surge o VLT, bibelô silencioso do sistema de transporte da cidade.
Com tantas atrações, literalmente todo mundo aparece por lá. Os trabalhadores do Centro, na hora do almoço; crianças para aproveitar o espaço generoso; casais e famílias numerosas, que capricham nas fotos com a paisagem como moldura.
E cresceu aquela famosa lista das coisas que ninguém vê. Filhote de pombo, enterro de anão, cabeça de bacalhau — e carioca com saudade da Perimetral. Lembra do viaduto feioso? Da queda dele, brotou uma nova beleza do Rio.