O pai de um dos 47 candidatos eliminados hoje do atual concurso para diplomata, que disputavam as seis vagas de cotas para negros, entrou em contato com a coluna. É que, como saiu aqui, esses candidatos não passaram, por unanimidade, pelo crivo da Comissão de Verificação, que decidiu pela "não confirmação das autodeclarações".
Segundo esse pai, que se identificou à coluna, mas pediu que não tivesse o nome dele ou da filha divulgados, há, entre os eliminados, sete beneficiários de bolsas oferecidas pelo próprio Ministério das Relações Exteriores e pelo Instituto Rio Branco para estimularem negros ou pardos a prestarem concurso para a carreira diplomática.
- O fato de que os candidatos agora prejudicados acessarem normalmente o benefício confirma de forma expressa e induvidosa que o ministério e o Instituto reconheceram neles a condição de negros - disse.
O pai da candidata eliminada completou:
- Os candidatos prejudicados estão submetidos a uma angústia sem tamanho, a poucos dias da realização das novas provas. Sei que reverteremos esse pesadelo, senão junto à administração, certamente perante o Poder Judiciário, mas o prejuízo de ordem moral e emocional já causado, inclusive a impossibilidade de que se concentrem nos estudos, esse jamais será restituído.