Vasculhando os pertences do pai, Silas de Oliveira (1916-1972), o ourives Silas Júnior, 52 anos, encontrou, dia destes, um caderno de rascunho do sambista, considerado por muitos o maior compositor de samba-enredo de todos os tempos. Aliás, se estivesse vivo, Silas completaria 100 anos no próximo dia 4. O caderninho tem 21 folhas escritas — versos, anotações e algumas letras — e está guardado na casa de uma das filhas do imperiano, a dona de casa Elenice Reis, 62 anos, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, junto com recortes de jornais e fotos. Um material que ajuda a contar a história de Silas, autor do clássico “Aquarela brasileira”, que embalou o desfile da Verde e Branco de Madureira em 1964.
— Acho que falta uma homenagem digna para o compositor de samba que ele foi. E que esses documentos poderiam ir para um museu, para que recebam mais cuidados. Se não, acabam desaparecendo — diz Júnior de Oliveira, neto de Silas e filho de Elenice.
No mais...
Um trecho de “Aquarela brasileira”: “Vejam essa maravilha de cenário/É um episódio relicário/Que o artista, num sonho genial/Escolheu para este carnaval.”