A ministra Cármen Lúcia, nova presidente do STF, pediu, como se sabe, perdão público por ter, num trecho da entrevista para a coleguinha Renata Lo Prete, da GloboNews, usado a expressão “autista” ao dizer que os ministros do Supremo estão atentos a Lava-Jato. Um fato raro. No Brasil, ninguém pede desculpas públicas. Até hoje, por exemplo, as Forças Armadas não se desculparam por acobertar a ação de dois militares que foram jogar bombas no Riocentro, em 1981, colocando em risco a vida de milhares de jovens que assistiam a um show político de música. Nos EUA, o pedido de desculpas é visto, como de fato é, como um ato de grandeza. Em 1988, Reagan pediu desculpas pelo internamento de nipo-americanos durante a guerra. Em 2008, o Congresso pediu desculpas pela escravidão negra e, em 1993, Clinton se desculpou ao povo do Havaí pela prisão da rainha Liliuokalani (1838-1917), em 1895 — três anos depois, o reino acabou sendo anexado aos EUA.
↧