‘Minha relação com a morte é esquecer que ela existe. E espero que ela faça o mesmo comigo’
Amanhã, Luis Fernando Verissimo completa 80 anos. O aniversário é do marido da Lúcia, pai de Fernanda, Mariana e Pedro, e avô de Lucinda e Davi. Mas os parabéns são extensivos à literatura brasileira, por ter em seus quadros este escritor que, além de brilhante, é um fofo.
Aqui, Zuenir Ventura, outro mestre das letras e do afeto, amigo do aniversariante, faz uma seleção por temas de dez frases extraídas do livro “Veríssimas”, a ser lançado pela Objetiva.
HONRA: Todo mundo é honrado até prova em contrário, e no Brasil nunca aparece a prova em contrário.
MASOQUISTAS: Os masoquistas põem a mão no fogo por qualquer um.
HUMANIDADE: Não sei para onde caminha a Humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado.
LER: De certa maneira, livro é melhor do que sexo. Você pode tomar o uísque antes, depois e durante. Livro é sempre com a luz acesa. E livro nunca está com dor de cabeça.
ABISMO: Se o mundo está correndo para o abismo, chegue para o lado e deixe ele passar.
QUIETO: A falsa ideia, entre meus amigos, de que eu falo pouco se deve ao fato de que entre eles eu não tenho oportunidade. Eu não sou quieto, sou é muito interrompido.
LICOR DE OVOS: A ressaca de licor de ovos é um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia.
AMANHÃ: Temos que confiar no amanhã. A não ser que descubram alguma coisa contra ele durante a noite.
SENSUALIDADE: No Rio ninguém faz sexo. Ele já vem pronto.
SELFIE: Tirar a própria fotografia é a terceira coisa mais íntima que uma pessoa pode fazer com ela mesma, depois da masturbação e do suicídio.