Há dias, Preta Gil participou da campanha de “empoderamento” feminino, posando de lingerie para o projeto Essa Minha Mulher. Já ações de “empoderamento” negro ganham cada vez mais as ruas do país . Goste ou não, a palavra já está entre nós. Foi introduzida no Brasil no “sentido transformador”, como dizem os adeptos do termo, pelo grande educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997).
“Empoderamento está mesmo na moda”, ratifica o mestre Sérgio Nogueira, o sabe-tudo da nossa língua. Segundo o professor, a palavra já circula no Brasil desde os anos
1980, no meio empresarial. Ela deriva da palavra inglesa “power” (“força”), de empowerment (um conceito de liderança) e já está consagrada aqui no sentido de dar força, dar poder: “tipo o He-Man (aquele desenho popular, também dos anos de 1980, que gritava ‘Eu tenho a força!’)”, brinca Sérgio. Ou seja, empoderar é um caminho sem volta:
— Grupos sempre discriminados, como mulheres e negros, estão dando mais força à palavra. Mas, como todo modismo, se as pessoas começarem a usar para tudo, vai cansar. O modismo com as palavras funciona da mesma forma como as roupas ou a cor de esmalte. Depois passa.