Nosso Bob Dylan
Quase o mundo veio abaixo quando Academia Sueca anunciou, quinta, o nome do músico Bob Dylan (foto), 75 anos, como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Afinal, sua musica é idolatrada, mas seus livros... nem tanto. No Brasil, letra de musica já mereceu status de poesia, quando Manoel Bandeira (1886-1968), por exemplo, considerou “tu pisavas os astros distraída”, da música Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa (1893-1966), o verso mais bonito da nossa língua.
Aqui, um grupo de escritores brasileiros indica alguns versos da nossa MPB que mereceriam uma premiação literária:
Ana Maria Machado
“Tire o seu sorriso do caminho/Que eu quero passar com a minha dor/Hoje pra você eu sou espinho/Espinho não machuca a flor/Eu só errei quando juntei minh'alma a sua/O sol não pode viver perto da lua”.
Trecho de "A flor e o espinho", de Nelson Cavaquinho (música) e Guilherme de Brito (letra).
Eduardo Giannetti
“E vê só que cilada o amor me armou/Eu te quero (e não queres) como sou/Não te quero (e não queres) como és/Ah! Bruta flor do querer/Ah! Bruta flor, bruta flor”.
Trecho de "O quereres", de Caetano Veloso.
Luis Fernando Verissimo
“O nosso amor é tão bonito/ela finge que me ama/e eu finjo que acredito”.
Trecho de "Falso amor sincero", de Nelson Sargento.
“Deixe em paz meu coração/que ele é um pote até aqui de mágoa/E qualquer desatenção, faça não/Pode ser a gota d'água”.
Trecho de "Gota d'água", de Chico Buarque.
Marcos Vilaça
“Você tem quase tudo dela,/O mesmo perfume, a mesma cor,/A mesma rosa amarela,/Só não tem o meu amor”.
Trecho de "A mesma rosa amarela", de Capiba e Carlos Pena Firme.
Merval Pereira
“Oh, pedaço de mim/Oh, metade afastada de mim/Leva o teu olhar/Que a saudade é o pior tormento/É pior do que o esquecimento/É pior do que se entrevar”.
Trecho de “Pedaço de mim”, de Chico Buarque.