Dia 14, agora, no GNT, a atriz e escritora Fernanda Torres estreia a série “Minha estupidez”, um projeto, veja só, que ela acalenta há oito anos, quando gravou o piloto com o escritor João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), veja ao lado. Nanda conta, na abertura do primeiro programa, que quando foi convidada por Domingos Oliveira para fazer o espetáculo “A casa dos budas ditosos”, fingiu para o saudoso escritor baiano que também tinha lido “Viva o povo brasileiro”, ambos de Ubaldo (“Passei três anos mentindo que tinha lido esse livro”, diz a atriz). Foi a partir do reconhecimento “da própria ignorância” que nasceu “Minha estupidez”.
Antes de começar a entrevista, Fernanda confessa seu pecado e afirma que, depois, devorou as 640 páginas do “Viva...”
No papo com Fernandinha, o escritor diz que o pai não suportava conviver com um filho analfabeto de, veja só, cinco anos de idade. O pai de João cobrava tanto nos estudos que ele chegou a apanhar. “Eu terminei tomando gosto pela leitura e cheguei mesmo a ler um livro por dia. Também, naquela época, eu não tinha videogame, não tinha TV.”
Indagado se ele educaria o filho daquela maneira, Ubaldo esclarece que... “de jeito nenhum”: “Uma vez eu fui tomar a lição do meu filho e quando eu vi que ele estava nervoso lembrei do meu tempo de infância e desisti.”
Aliás, em outros episódios de “Minha estupidez”, a ministra Cármen Lúcia declama um poema, e Caetano Veloso lê trechos de “Tristes trópicos”, de Claude Lévy-Strauss.