Um dos mais abatidos com a morte do poeta Ferreira Gullar foi, naturalmente, o coleguinha Zuenir Ventura. Os dois eram amigos há mais de 50 anos. Eles se conheceram nos tempos do Centro de Cultura Popular da UNE, antes mesmo do golpe de 64. Nos anos 1970, Zuenir, Mary, Gullar e Tereza Aragão, mulher do poeta, ajudaram a transformar o Teatro Casa Grande num grande centro de debate e resistência à ditadura.
Sai pra lá, 2016!
Ontem, no meio da tristeza, mestre Zu lembrava que, outro dia, brincou com Gullar, evocando um chiste conhecido, sobre a morte de vários colegas da ABL:
— Gullar, depois que entramos aqui, em 2014, já morreram três, e eu não estou me sentindo muito bem.
Em tempo: Tereza Aragão, que morreu em 1993, fez muito pela MPB. Na década de 1960, produziu com Sérgio Cabral, pai, o show “A fina flor do samba”, no Teatro Opinião, onde revelou, entre outros, Martinho da Vila.