Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o prefeito Marcelo Crivella, ponto para ele, mandou avisar: no que depender da prefeitura do Rio, o carnaval daqui a menos de dois meses será memorável.
Aliás, três escolas de samba que desfilarão na Sapucaí abordarão personagens do universo religioso de matriz africana, logo eles que, por mais de uma vez, foram vítimas da intolerância da Universal do “tio” Edir Macedo.
A Mangueira saúda os orixás no enredo “Só com a ajuda do santo”. Apela, por exemplo, para o Benedito, “e se a graça eu alcançar, tem zabumba e reco-reco, ponho a congada pra desfilar”.
A União da Ilha vem de “Nzara Ndembu Glória ao Senhor Tempo”, o grande criador e suprema entidade, celebrado nas casas de Angola e Congo.
E mesmo o enredo da Beija-For, “A Virgem dos Lábios de Mel — Iracema”, inspirado na obra de José de Alencar, tem uma clara referência à Cabocla Jurema, da Umbanda. O samba fala em "Juremê, Juremá", lembrando assim o cântico em louvor a ela que diz assim: “Oh, Juremê/Oh, Juremá/Sua folha caiu serena/Dentro desse gongá.”
Em tempo: o colunista participou do projeto DNA África, uma produção da Cine Group, e o laboratório americano African Ancestry, em Washington, concluiu sua ancestralidade materna genética do povo “Yoruba”, da Nigéria.
Saravá.