Samba do indiano doido
O auditório veio abaixo, ontem, quando a professora Ana Elisa Ribeiro, contou, no evento sobre a “Língua portuguesa” patrocinado pela Fundação Roberto Marinho, na Flip, o calvário de um pesquisador indiano perdido em Minas Gerais. Ele, em sua terra, após aprender português nos livros, ganhou uma bolsa do Cefet mineiro e foi pesquisar a obra de Paulo Coelho, único autor brasileiro conhecido na Índia. Chegando aqui, descobriu que os livros de Coelho não são bem-vistos no mundo acadêmico e terminou pesquisando sobre Clarice Lispector (1920-1977). O pior vem agora. Em Minas, o indiano não entendia patavina do que o povo falava (uma coisa é o português dos livros, outra é o falado. E o mineiro, como se sabe, corta palavras pelo meio na hora de falar).
Aliás, mestre Paulo Ronai (1907-1992), pai da Cora, também sofreu isso na pele. Nascido em Budapeste, ele, que foi tradutor de grandes livros de autores brasileiros, dizia que o português tinha palavras intraduzíveis. Faz sentido.
As frases de Lima
Cartazes com trechos de obras de Lima Barreto, o autor homenageado nesta edição da Flip, estão sendo distribuídos em Paraty. Entre os títulos selecionados, estão “Clara dos Anjos” (foto) e “Triste fim de Policarpo Quaresma”.
E mais: audiolivros de Lima Barreto serão distribuídos, pela Saraiva, nos postos de gasolina da saída da cidade.
‘Pra não dizer que...’
A mesa, ontem, na qual a professora aposentada negra Diva Guimarães, de 77 anos, fez o ator Lázaro Ramos chorar de emoção, sob aplausos de mais de 500 pessoas, foi a única até agora, acho, que, ao final, teve gente gritando “Fora, Temer” (a Flip reflete um país indignado, mas silencioso).
O curioso é que desfila pelas ruas de Paraty o famoso advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende o presidente.