Em tempo de balanço, a coluna escolheu 5 de novembro, uma quinta, como o dia mais marcante de 2015.
Foi quando ocorreu o rompimento das barragens da Samarco, em Mariana (MG), transformando um rio de nome Doce num mar de lama. Naquele dia, ficou ainda mais claro que o país não vive apenas uma crise econômica e política passageira, comum em outros lugares deste mundão.
A tragédia de Mariana intensifica, acho, um certo gosto amargo de fracasso na construção de nação até agora. Reforça a ideia de derrota, que fica ainda mais dolorosa diante da dimensão da roubalheira nos cofres públicos e, mais recentemente, dos casos de microcefalia em bebês. É claro que tem muita coisa para comemorar nestes 515 anos da nossa História. Mas o que falta fazer é monumental. Continuamos sendo um país do futuro. É pena!
2015: O ANO DO JUDICIÁRIO
Com os réus Cunha e Renan no comando do Legislativo, e Dilma em campanha para ser a pior chefe do Executivo do período republicano, coube ao Poder Judiciário segurar a barra do Brasil em 2015.
Sem deixar de fazer louvação ao MP, à PF e à Receita, não se pode deixar de celebrar a atual jornada do Judiciário brasileiro no combate à corrupção que suga o meu, o seu, o nosso dinheiro.
A ideia de que ninguém está acima da lei, seja pobre ou rico, saiu fortalecida a partir de decisões corajosas e bem instruídas tomadas na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, chefiada por Sérgio Moro.
Já o STF e o STJ também não deram trégua à corrupção e tomaram várias outras decisões importantes relacionadas à vida urbana.
É claro que não faltam problemas no setor Judiciário — a Justiça muitas vezes tarda e falha. Há mesmo decisões polêmicas — como esta última do STF sobre o rito de um eventual impeachment de Dilma. Mas, afinal, como disse um personagem de “Os miseráveis”, de Victor Hugo (1802-1885), “é fácil ser bom, o difícil é ser justo”.
No mais... Feliz Ano Novo!