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Duzentos anos da morte da rainha D.Maria I

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Convento do Carmo

D.Maria I

A Inconfidência Mineira, que serve de pano de fundo para a novela “Liberdade, liberdade”, foi esmagada pela rainha D. Maria I, cuja morte, por sinal, acaba de completar 200 anos. Apelidada de “A Piedosa” por uns e “A Louca” por outros, ela, durante três meses, foi soberana do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, instituído em16 de dezembro de 1815, por seu filho, o príncipe regente D. João.

Outro dia, ocorreu em São Paulo uma missa de réquiem pela sua alma, e o Instituto Histórico e Geográfico prepara um seminário sobre a rainha, durante a Semana da Pátria.

Ela viveu seus últimos dias no antigo Convento do Carmo (foto), situado ao lado do Paço da Cidade, na atual Praça Quinze, onde funciona a Universidade Candido Mendes. “O edifício ainda hoje tem fama de mal-assombrado”, conta o jornalista Laurentino Gomes, autor do best-seller “1808 — Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”. “Há funcionário do lugar evitando entrar à noite em um dos aposentos que, segundo a tradição, teria sido usado pela rainha. Alguns dizem ter ouvido gemidos e sons estranhos de madrugada.”

Mas, antes da “loucura”, lembra a historiadora Mary Del Priore, a rainha fez um bom trabalho: “Culta, afeita aos assuntos de Estado, promoveu um governo fecundo em realizações: nova concordata com a Santa Sé, tratados de comércio, missões científicas ao Brasil e outros domínios, fortalecimento militar, melhora nas contas públicas, criação da Academia Real das Ciências, da Real Biblioteca Pública, da Academia Real de Marinha e da Casa Pia de Lisboa.”

Em Portugal, foi ainda princesa descrita como de “índole muito doce e um caráter piedoso, humano e afável”. E, já rainha, “senhora de nobre e majestosa figura”. Mas, no Brasil, sua imagem ficou atrelada à sentença de morte de Tiradentes, quando ainda estava lúcida e governava o império português. D. Maria I chegou ao Brasil em 1808. “Insana, era uma das passageiras do navio Afonso de Albuquerque” — onde ocorreu a famosa epidemia de piolhos durante a travessia do Atlântico —, lembra Laurentino Gomes: “Foi uma infestação tão incontrolável que os médicos decidiram cortar o cabelo das mulheres e jogar as perucas ao mar. As cabeças carecas foram untadas com banha de porco e um pó à base de enxofre.”

Mas isso aí é outra história.


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