Ela tem 15 anos, e, como toda menina de sua idade, é vaidosa. Gosta de se olhar no espelho, mas não pode fazê-lo porque onde mora não há um. Como toda adolescente, adora conversar com as amigas pelo WhatsApp e checar as novidades no Facebook. No entanto, anda desatualizada: em sua moradia atual, celular não entra.
T. está internada em tempo integral numa unidade do Degase para adolescentes infratores. Por segurança, não há espelhos (quebrados, podem ser usados como objetos cortantes). “Para compensar, a gente se olha na tampinha da descarga”, conta ela. Isso vale para qualquer outra superfície com reflexo, como um bebedouro, por exemplo. “Na sala de visita, tem um bem polido, que reflete mais. Quando minha mãe vem, eu me sento em frente a ele e, assim, aproveito para ver como estou”, diz a garota, segurando no colo um bebê gordinho e alegre: seu filho, de 5 meses.
Quando ela foi apreendida, há um ano, estava grávida de três meses. Não gosta de falar sobre o que aconteceu. Estava com o pai da criança, outro adolescente, de quem não teve mais notícias. Ele também está internado. Por seis meses, a garota tem direito a ficar com o filho no alojamento. Em 15 de dezembro, haverá nova audiência do seu caso: mais que a esperança de sair, ela tem medo de que tenha de ficar longe do neném.
Após chegar ao Degase, T. demorou até que voltasse a se ver. Foi graças a um projeto, “A nossa visão”, tocado pelo fotógrafo Alex Marcos, que isso aconteceu. “Como não há espelhos, muitos jovens infratores até se esquecem como eram. Então, passei a fotografá-los, e eles, a si mesmos”, conta ele. O resultado virou uma exposição.
Quando T. viu sua foto, foi quase como em “Não vou me adaptar”, música de Nando Reis: “Eu não tenho mais a cara que eu tinha/No espelho essa cara já não é minha”. “Eu me achei enorme! Como estava grávida, a barriga crescia, mas eu não percebia. Pela foto, foi a primeira vez que reparei isso”, diz a garota.
Agora, os internos do Degase participarão de um projeto audiovisual, feito em parceria com o RioSolidario, presidido pela primeira-dama do estado, Maria Lúcia Horta Jardim. Eles integrarão um cineclube só sobre... filmes brasileiros. E terão cursos sobre construção de roteiro, edição e finalização.
la tem 15 anos, e, como toda menina de sua idade, é vaidosa. Gosta de se olhar no espelho, mas não pode fazê-lo porque onde mora não há um. Como toda adolescente, adora conversar com as amigas pelo WhatsApp e checar as novidades no Facebook. No entanto, anda desatualizada: em sua moradia atual, celular não entra.
T. está internada em tempo integral numa unidade do Degase para adolescentes infratores. Por segurança, não há espelhos (quebrados, podem ser usados como objetos cortantes). “Para compensar, a gente se olha na tampinha da descarga”, conta ela. Isso vale para qualquer outra superfície com reflexo, como um bebedouro, por exemplo. “Na sala de visita, tem um bem polido, que reflete mais. Quando minha mãe vem, eu me sento em frente a ele e, assim, aproveito para ver como estou”, diz a garota, segurando no colo um bebê gordinho e alegre: seu filho, de 5 meses.
Quando ela foi apreendida, há um ano, estava grávida de três meses. Não gosta de falar sobre o que aconteceu. Estava com o pai da criança, outro adolescente, de quem não teve mais notícias. Ele também está internado. Por seis meses, a garota tem direito a ficar com o filho no alojamento. Em 15 de dezembro, haverá nova audiência do seu caso: mais que a esperança de sair, ela tem medo de que tenha de ficar longe do neném.
Após chegar ao Degase, T. demorou até que voltasse a se ver. Foi graças a um projeto, “A nossa visão”, tocado pelo fotógrafo Alex Marcos, que isso aconteceu. “Como não há espelhos, muitos jovens infratores até se esquecem como eram. Então, passei a fotografá-los, e eles, a si mesmos”, conta ele. O resultado virou uma exposição.
Quando T. viu sua foto, foi quase como em “Não vou me adaptar”, música de Nando Reis: “Eu não tenho mais a cara que eu tinha/No espelho essa cara já não é minha”. “Eu me achei enorme! Como estava grávida, a barriga crescia, mas eu não percebia. Pela foto, foi a primeira vez que reparei isso”, diz a garota.
Agora, os internos do Degase participarão de um projeto audiovisual, feito em parceria com o RioSolidario, presidido pela primeira-dama do estado, Maria Lúcia Horta Jardim. Eles integrarão um cineclube só sobre... filmes brasileiros. E terão cursos sobre construção de roteiro, edição e finalização.
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