Moisés, o do Dez Mandamentos, morreu mocinho, aos 120 anos. Matusalém (veja na imagem) faleceu aos 969 anos, não de causas naturais, mas possivelmente no dilúvio. Era avô de Noé, que viveu 950 anos.
Ana Amélia Camarano, a maior autoridade em longevidade da população, mesmo reconhecendo que viver muito não é um fato novo, acha, no entanto, que a forma como se calculava a idade antigamente deveria ser diferente da de como se faz hoje.
— Mas, mesmo se medida como hoje, essa idade superaria os 100 anos — diz a pesquisadora do Ipea.
Só que...
Para ela, a diferença para os tempos atuais é que, na Antiguidade, viver muito era um privilégio de poucos. Isso acontecia porque a mortalidade infantojuvenil era muito alta. Porém, uma vez ultrapassada esta fase, os sobreviventes tinham alta chance de chegar a idades avançadas.
A novidade, ainda segundo Ana, é que a partir da segunda metade do século passado, a sobrevivência democratizou-se em grande parte dos países do mundo. Mais e mais pessoas deixaram de morrer jovens.
Um exemplo...
No Brasil, em 1980, de cem mulheres nascidas vivas, 30 chegavam a completar 80 anos. Em 2013, 55 comemoravam este aniversário.