Uma missão do governo estadual, provavelmente com um grupo da Rio-2016, fará, sexta que vem, uma visita à Ilha das Flores, que fica entre São Gonçalo e Niterói (RJ). O lugar, bem conservado pela nossa Marinha, tem o equivalente a três mil quartos. A ideia é colocá-la no catálogo de visitas dos Jogos Olímpicos, algo parecido com o que ocorre com a Ellis Island, em Nova York.
É que a Ilha das Flores — que de ilha não tem nada, porque os aterros terminaram anexando-a ao continente — foi, a partir de 1883, a principal hospedaria de imigrantes. Por ela, passaram milhares de sonhos, trazidos por famílias estrangeiras. A maioria delas ficou e fez muito pelo Brasil.
A ilha, a partir de 1917, com a entrada do Brasil na Primeira Guerra, passou a ser usada como presídio. Os tenentes Juarez Távora e Cordeiro de Farias foram presos ali em 1922. Nada menos do que 3.780 paulistas da chamada Revolução Constitucionalista, de 1932, foram aprisionados no lugar. Mais recentemente, durante a ditadura de 1964, cerca de 200 presos ficaram detidos na Ilha das Flores, como o antropólogo Darcy Ribeiro, o novelista Aguinaldo Silva, o historiador Israel Beloch e os jornalistas Rui Xavier, Fernando Gabeira e Elio Gaspari.