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Mister Copacabana

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Em tempos de xenofobia — com o “xiita” Donald Trump querendo marginalizar muçulmanos e mexicanos, nos EUA —, vale a pena assistir, a partir de 1º de janeiro, no Canal Arte 1, à série “Canto dos exilados”, sobre 30 refugiados do nazismo. “Eles chegaram aqui (no Brasil) com uma mão na frente e outra atrás, e não só construíram um projeto de vida novo como marcaram gerações de brasileiros”, diz a jornalista Kristina Michahelles, autora do roteiro.

A série, em dez capítulos, fala de gente como o alemão Hans Stern, que aportou aqui aos 16 anos e construiu um império joalheiro; os húngaros Eugen Szenkar (que fundou a OSB) e Paulo Rónai (pai da coleguinha Cora Rónai e que traduziu, entre outras, a obra completa de Balzac); o austríaco Stefan Zweig (um dos escritores mais famosos do seu tempo) e o italiano Gianfrancesco Guarnieri (o ator e dramaturgo, autor de “Eles não usam black-tie”).

Um dos perfilados dessa série apresentada pelo coleguinha Alberto Dines é o russo Oskar Ornstein (1911-1990). Uma figuraça. À frente do Golden Room do Copacabana Palace, nos anos 1950, trouxe astros como Marlene Dietrich, Édith Piaf e Nat King Cole. Nos últimos anos de vida, foi trabalhar com Roberto Medina e ajudou a trazer Frank Sinatra ao Maracanã, em 1980, e a realizar o primeiro Rock in Rio, em 1985.

A família de Oskar fugiu da Rússia e foi para a Alemanha por causa da revolução bolchevique. Perdeu a nacionalidade russa e não ganhou a alemã, tornando-se apátrida. Em Auschwitz, ele ainda perdeu os pais e uma irmã. Em Paris, alistou-se como voluntário nas tropas aliadas. Na França, foi um das centenas de judeus salvos graças ao embaixador Souza Dantas. Nos anos 1950, recebeu do jornalista Earl Wilson, do “New York Post”, o título de “Mister Copacabana”. Maravilha.


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