O querido Toninho Drummond, que morreu sábado aos 82 anos, participou da cobertura política, em Brasília, de onze diferentes presidentes. Mas, mineiríssimo, sabia muito mais do que contava.
Quando os amigos cobravam um livro de memórias, que nunca veio, o coleguinha dizia que um dia ia escrever e que já tinha até o título: "Minhas Amnésias".
Faz sentido.
"Quando Bob Dylan foi indicado para receber o prêmio Nobel de Literatura em 2017, vários puristas se insurgiram contra a decisão da academia de atribuir o Nobel a um compositor e não a um escritor no seu sentido formal. Gostaria de saber o que eles devem estar pensando ao verem, agora, que a multidão da maior manifestação dos EUA pelo controle de armas entoou com emoção a canção “The times they are A-chagin”, de 1963, do compositor, que aborda temas como racismo, pobreza e mudança social. Alguém que 55 anos depois continua a inspirar a juventude de seu país deveria ou não ter recebido o prêmio?"
Retratos da vida
O ex-banqueiro Luiz Cezar Fernandes, 72 anos, que já foi um dos homens mais ricos do país e hoje enfrenta dificuldades, denuncia que está sendo forçado a apressar sua saída da Fazenda Marambaia, propriedade rural com jardins de Burle Marx, onde vive com a família em Petrópolis:
— Até barro sujo jogaram no rio que fornece água para a casa.
Segue...
Cezar Fernandes se diz sitiado por uma empresa construtora que tem um projeto imobiliário no lugar e que, segundo ele, é sócia de um fundo administrado pelo BTG/Pactual, um dos bancos que ajudou a fundar nos anos 1980 — o outro foi o Garantia.
Meu, seu, nosso dinheiro
Lembra-se da Máfia dos Fiscais, o chamado Propinoduto? Foi durante o governo Garotinho, no Rio, em 2002, e envolve um desvio nada desprezível de US$ 33,4 milhões.
Agora, o juiz federal Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio, condenou três réus a ressarcirem a União em R$ 60 milhões que foram depositados em contas bancárias na Suíça. São eles: Amaury Franklin Nogueira Filho, Júlio Cesar Nogueira, Marcos Antônio Bonfim da Silva.
Presas grávidas
As penitenciárias do Rio têm, hoje, 18 grávidas, 12 lactantes e 498 mães com filhos de até 12 anos. A conta é do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do sistema carcerário, do TJ do Rio, que tem enviado e-mail aos juízes informando os processos de cada detenta grávida.
Lembra ainda a decisão do STF de conceder habeas corpus para substituir a prisão preventiva por domiciliar.
Cadê o dinheiro?
Os jurados dos desfiles do Grupo Especial (sexta e sábado, na Sapucaí) ainda não receberam o cachê de R$ 2,3 mil que deveria ser pago pela Riotur.
O telefone da Lierj não para de tocar com as cobranças dos jurados.
Aqui se rouba tudo
A escultura em bronze “A menina dos balões encantados”, instalada na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, desde 2007, teve um dos braços e os balões roubados. Repare só na foto.
A obra, assinada por Sandra Guinle, foi doada como símbolo do projeto social “Crianças em paz”. Mede 1,90 de altura e pesa 120 quilos.
Crime e castigo
A 3ª Vara Cível do Rio condenou a Nutralogistic a indenizar a querida Glória Pires em R$ 80 mil.
É que a empresa de cosméticos, segundo o advogado Ricardo Brajterman, usou a imagem da atriz, sem autorização, para divulgar um produto que tiraria rugas do rosto em 20 dias. Terá de pagar ainda o valor equivalente ao cachê da artista para campanhas publicitárias. Bem feito.
Garota-propaganda do amor
Maria Ribeiro, a talentosa atriz, está cheia de planos. A bela encabeça um projeto literário com Xico Sá e Gregório Duvivier, está trabalhando em seu primeiro roteiro e gravará um novo filme, baseado em “Este é um livro sobre amor”, de Paula Gicovate. Amor, aliás, é tema constante na entrevista dela à “Vogue Brasil” que chega às bancas no dia 2. “Irônico, né? Porque eu, que me separei agora (do ator Caio Blat), em vez de ficar descrente, estou quase garota-propaganda desse sentimento. O amor é lindo e eu tive um amadurecimento para entendê-lo”. Maravilha
‘Night and day’
Claudio Botelho, o produtor e diretor, estreia, em maio, “Uma noite com Cole Porter”, que abrirá “uma série de shows intimistas”, no Hippopotamus, em Ipanema. Ricardo Amaral, dono do lugar, produzirá o espetáculo.
Um grupo de cariocas passou o fim de semana no Mira Serra Parque, hotel luxuoso de Passa Quatro (MG). Houve um bingo, e o recreador fez os gracejos de sempre: “22, dois patinhos na lagoa...”.
No que ele chamou: “Rio de Janeiro”. A turma ficou sem entender, e ele: “38”, em alusão à arma e à violência. Apesar de protestos dos cariocas, o engraçadinho continuou cantando o número assim.
O segundo transplante hepático com sucesso no Brasil, num caso de hepatite fulminante por febre amarela, foi feito no Hospital Quinta D’Or, em cirurgia liderada por Lúcio Pacheco. O paciente, de 54 anos, tem “ótima recuperação.”
‘Jamais calarão a sua voz’
Veja abaixo um vídeo de Zezé Motta declamando a música inédita “Marielle, presente!”, de Daniel Fernandes. Será lançada, hoje, no Cine Odeon, em evento da Caarj, na Cinelândia, no Rio.
Ela foi gravada por 24 cantoras: além de Zezé, nomes como Teresa Cristina, Olivia Hime, Ana Costa e Dorina.
Eis a letra:
Marielle, presente!
(Daniel Fernandes)
Jamais calarão a tua voz
Cada palavra tua
É a multidão nas ruas
Gritando teu nome
Pelos que tem fome
De viver em paz
Jamais apagarão o teu olhar
Esse poder lunar
Movendo as marés
Pra inundar o Rio
O asfalto, a praça, a Avenida
Brasil
Teus filhos não fogem à luta
A bala não cala a fala
E nem mata o amor
Teu nome no muro
É a morte do algoz
Sob o poder do sol
E viverás em nós
Presente
Porque somos nós
Somos nós a tua voz.
Leão no mundo digital
A Cepal discutiu, no Chile, dia desses, como a digitalização afeta governos. Fica melhor para pagar impostos, como no caso do Imposto de Renda pela internet. Mas José Roberto Afonso diz que a tecnologia leva à redução de arrecadação.
Dois exemplos...
No evento, o economista citou estudo europeu mostrando que um negócio tradicional paga, em média, 21% de impostos por lá. E ao mesmo negócio, em formato digital, é cobrado só 9%. A Amazon, veja, paga 11 vezes menos taxas do que livrarias físicas. E muitas, por sinal, estão fechando.
Melhor assim
O banqueiro André Esteves, ao saber que Luiz Cezar Fernandes, com quem trabalhou no Pactual, estava sendo pressionado para deixar a Fazenda Marambaia, onde mora, comentou com amigos:
— Por mim e pelo banco, Luiz Cezar fica na fazenda o tempo que ele quiser. O mercado financeiro deve muito a ele, que introduziu no mercado uma cultura de sucesso.
Voz do morro
A UPP também divide opiniões dentro das favelas. É o que mostra pesquisa da Universidade de Stanford, nos EUA, em parceria com Observatório de Favelas e Redes da Maré.
No Batan, na Zona Oeste do Rio, 60% dos moradores acreditam que a UPP foi um passo positivo para a comunidade. Já na Rocinha, que voltou a viver uma guerra, mais de 40% reprovam a UPP.
O fim das UPPs...
No Batan, 74% dos entrevistados afirmaram que não querem que a UPP acabe. Na Cidade de Deus, 56% dizem o mesmo, seguida por Providência (37%) e Rocinha (27%).
Os dados serão apresentados hoje na sede do Observatório de Favelas, no Rio.
Tropa da elite de toga
Veja só: 32 juízes e desembargadores do Rio acabam de se formar no curso Treinamento Operacional, oferecido pelo Bope, com apoio do Exército. A turma da toga aprendeu estratégias, praticou exercícios de segurança e combate semelhantes aos feitos pelos policiais.
Sátira com o capitão
Tinha mais de 1,7 milhão de visualizações, até ontem, o clipe de “Segredinho”, lançado há uma semana, música de estreia do grupo “Pankadon”, de funk, que faz sátira com... Jair Bolsonaro. No clipe, um ator caracterizado como o deputado, com o Congresso ao fundo, faz sinais de “tiros” com as mãos. Depois, começa a... rebolar entre dois soldados. Tira o paletó, abre a camisa social e, na camiseta de baixo, lê-se “Vai passar mal”, trecho de “Corpo sensual”, sucesso na voz de Pabllo Vittar.
A estilista Isabela Capeto vai ter de recomeçar. Seu ateliê, como saiu no blog da coluna, lambeu em fogo na madrugada de ontem. Ela perdeu tudo: peças da nova coleção chamada Terra do Fogo (parece até premonição), mais de 600 moldes de roupas em papel, rolos e mais rolos de tecidos, aviamentos, além de computadores, máquinas... Conseguiu salvar o acervo com peças de seus 15 anos de carreira, que estava numa sala não atingida pelas chamas.
— Foi devastador chegar e encontrar a minha história em cinzas. Perdi muita coisa. Estava me preparando para voltar ao atacado em abril. Mas tudo bem. Eu vou recomeçar e fazer melhor. Mas a coleção vai continuar com o nome Terra do Fogo — afirma Isabela.
A estilista, querida pelo mercado, recebeu inúmeros telefonemas de colegas oferecendo ajuda, inclusive, para doar tecidos e aviamentos. Decidiu que vai se mudar, provisoriamente, para o ateliê da mãe, em São Cristóvão.
— A marca vai fazer 15 anos agora, em 2018. E eu retomei a coleção há sete anos. Sabe o que acho? A coleção não estava tão boa. Agora, eu vou fazer muito melhor.
Estamos juntas, Isabela!
